sexta-feira, 24 de julho de 2015

Táxi x Uber (Por Thiago Muniz)

Acho que os taxistas deverão repensar qual papel de fato eles fazem na sociedade. Devem sair de suas zonas de conforto e pensarem que a população não é idiota e otária.

Não vou fazer lobby ao Uber, mas colocar corridas grátis até o valor de 50 reais no dia de hoje em contra ataque a paralisação dos taxistas numa via expressa do Rio de Janeiro foi uma tacada de mestre, faz com que mais adeptos surgem ao aplicativo e levantem alternativas para que as pessoas possam se locomover.

Lei da Oferta e da Procura existe em qualquer segmento de mercado, basta normas e regulamentação. Isso não quer dizer que o táxi irá morrer e nem o Uber vai preencher essa lacuna, mas cada um traçando estratégias para conquistar mais clientes. Esse é o lema.

Manifestação dos taxistas só vai levar a antipatia da população. Sinceramente, eu acho que os taxistas deram um tiro no pé com esta manifestação no Rio. Eu por exemplo, expliquei para quatro pessoas diferentes o motivo dela e elas ficaram conhecendo o Uber que nunca tinham ouvido falar.

Acho que o protesto deveria ser feito de uma forma que não atingisse o povo, tipo, não pagar a vistoria, por exemplo. Agora, quem não conhecia o Uber, ficou conhecendo. Uma covardia com esta classe tão trabalhadora que é o taxista, mas que a própria classe cava a própria cova através dos oportunistas.

E não me surpreendeu a atitude do secretário estadual de transportes, sr. Osório, que prometeu erradicar com os carros que prestam serviço através do Uber, isso é atitude normal de repressão do Estado.

Repreende, Pune pra depois um "possível" diálogo no futuro. Essa repressão também vale aos taxistas piratas ou aqueles oportunistas que dão o preço do trajeto antes de pegar o passageiro, isso é uma prática comum no carnaval e Réveillon.

A Uber não deve ser proibida, mas ou se enquadra em uma legislação que seja tão rigorosa em termos de fiscalização e tributos que os taxistas, ou facilitam a vida fiscal e tributária dos taxistas. Do jeito que está, é muito mais negócio ser da Uber, que ter um táxi.

A Uber não pode ser proibida, mas o taxista também não pode morrer de fome. Pois o mesmo está enquadrado em um regime oneroso e rigoroso.

Uma pergunta, qual é a organização sindical desses membros da Uber. Esse tipo de serviço é regulamentado frente ao ministério do trabalho.

Não se esqueçam que não é de hoje que o Paes está se chocando contra os taxistas. Pois o mesmo tem o interesse em controlar financeiramente esse serviço.

Eu não pego Uber. Tenho conhecidos taxistas e sei bem a luta que os mesmos tiveram para conseguir uma autonomia e um carro para trabalhar.

Acho que os taxistas não podem é continuar em suas zonas de conforto achando que são a "última bolacha do pacote". Eu já fui lesado por taxista, conheço inúmeras pessoas que foram lesadas por taxistas oportunistas mas nem por isso deixei de pegar o táxi porque eu confio no serviço, mas ainda existem os táxis piratas e os oportunistas de plantão que escolhem itinerários e os bandidos que dão o preço antes de pegar o passageiro.

O Uber não surgiu do "nada". Com certeza foi oriundo de uma pesquisa de satisfação e de mercado. E essa insatisfação com os taxistas é de âmbito global, não é restrito somente ao município do Rio de Janeiro.

Com a proibição do Uber pela cidade de São Paulo as redes sociais foram tomadas de assalto por gritos de desespero dos cidadãos que não entendem como podemos ter uma medida tão retrógrada, que não se pode ir contra a inovação, que a tecnologia sempre vence e por aí vai. Considero que a discussão não é tão simples e nem tão maniqueísta como a maioria está se propondo.

Mas não podemos esquecer de uma das visões de longo prazo do CEO do Uber é bem tecnológica: empregar carros robôs que se auto-dirigem. Ou seja, hoje ele utiliza os humanos apenas como um meio no médio prazo de manter uma cliente para seu futuro exército de carros-robôs.

Parece para mim um futuro digno do "uma bota na face humana" profetizado em "1984" de George Orwell: nosso deslocamento atrelado a um grande monopólio.

Não concordo que o Uber foi feito como uma maneira de ostentar. O Uber preenche um nicho de mercado que o Taxi infelizmente não preencheu. Mas porque não preencheu? Devido a má qualidade de seus serviços num todo. É óbvio que existe bons taxistas, estaria cometendo uma infâmia de afirmar que todo taxista é um merda, pelo contrário.

O que os taxistas não entenderam e não querem entender é que na prática o Uber não é um concorrente direto do Taxi. Os taxistas já fizeram isso com as Vans e historicamente há muita política envolvida nisso. Atentamos que tem muitos políticos donos de frotas de taxis.

Reitero que o intuito não é ostentação, e sim conforto e qualidade. Carros sedãs de luxo (e de preços caros aqui no Brasil) é pra preencherem uma demanda que tem poder aquisitivo para isso. Nichos de mercado são segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou inexistentes.

A estratégia de aproveitamento de nichos está justamente na identificação das bases de segmentação que, quando explorados, representam o diferencial ou vantagem competitiva à empresa (ou pessoa).

Sabemos que tem taxistas que se desdobram pra colocar dinheiro em casa e matarem um leão por dia pela sobrevivência. Mas é notório que num conjunto, a qualidade do serviço de táxi recaiu muito.

Não é uma palavra só minha, é de milhares de pessoas.

É aquilo que eu disse, é um serviço confiável, mas caiu no medíocre. Não entendas que estou falando do taxista X ou do Y, não é isso; mas a análise do conjunto da obra, o serviço num todo.

Pois bem;

É válido os taxistas saírem agredindo os motoristas e também os passageiros do Uber?

É válido os taxistas pararem uma via de acesso importante como o Aterro do Flamengo?

Eu substituiria Ostentação por Diferenciação. Como você mesmo citou, porque não ofereceria carros populares?

Porque aí que seria um concorrente direto dos taxistas, aí que os taxistas sofreriam mais ainda. Carro popular com serviço de qualidade e exclusivo a um preço digamos justo. O Uber preenche nicho e não uma demanda completa que as frotas de taxis conseguem preencher, está até com taxis demais na cidade.

Se você é professor e fecha uma avenida para reclamar do péssimo estado da educação na cidade, você apanha da PM. Se você é um taxista e reclama que um aplicativo está tratando as pessoas bem e roubando seus clientes você pode fechar a cidade inteira que a PM não faz nada.

É Taxistas...deixem de ser idiotas!

Marionetes dos grandes empresários e dos políticos mafiosos envolvidos no setor, só prejudicam a população fechando as vias de acesso, não se ganha na base do porrete, se ganha com bom atendimento e qualidade no serviço. Desta maneira só ganha antipatia da opinião pública.

Uma pergunta: Quem pagará a diária de vocês? Subsídio ou Abono?
























BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




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