quinta-feira, 28 de julho de 2016

Donald Trump em ascendência (Por Thiago Muniz)

A meteórica ascensão de Donald Trump - que vai bem nas pesquisas e poderá ser o próximo presidente dos Estados Unidos - representa uma ameaça real à paz e à democracia dos Estados Unidos e do mundo. 

Já comentei a retórica infame deste candidato racista, xenófobo, misógino, islamofóbico, que dissemina o ódio e a intolerância, e que se apresenta como a solução para os problemas americanos sem qualquer proposta objetiva, apenas pedindo que os eleitores confiem nele ("believe in me") .

Incomodado com o risco desse topetudo arrogante - apoiado majoritariamente por americanos de cor branca sem nível superior - ganhar as eleições, acompanhei até a madrugada de hoje o penúltimo dia da Convenção do Partido Democrata pela CNN.

Se revezaram no palanque montado na Filadélfia para uma platéia de 20 mil pessoas - é realmente uma festa da democracia - Joe Biden (Vice de Obama), Tim Kaine (candidato a vice na chapa de Hillary Clinton), o ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg (que se afirma como independente, nem democrata nem republicano) e o presidente Barak Obama.

Nenhum deles conseguiu superar o cativante pronunciamento da "primeira dama" (ela está muito acima desse rótulo) Michelle Obama, na véspera. Mas todos apontaram com precisão cirúrgica - cada qual a seu modo - o risco que Trump representa.

Tente assistir aos pronunciamentos na internet (entre 15 e 20 minutos cada um, exceto o de Obama, que foi além). É realmente constrangedor que o Partido Republicano dê guarida a alguém com o perfil de Trump. Hillary, por sua vez, encontra grande resistência entre os democratas mais jovens, ainda inebriados com a campanha de Bernie Sanders (que tenta a duras penas convencer seu eleitorado a apoiar Hillary).

Ao citar Trump em seu discurso, Obama interrompeu as vaias da claque dirigidas ao bilionário dizendo: "Não vaiem. Votem!". Barack Obama é um dos melhores oradores que já ouvi. Na verdade, é mais do que isso. É o estadista mais elegante, carismático e educado do nosso tempo; não conheço nenhum que sequer remotamente se compare a ele. Os EUA vão sentir falta dele.

As eleições acontecem em novembro e o voto não é obrigatório. Na verdade, para quem compreende os riscos desta eleição, o voto é moralmente obrigatório.

O pior é que essa tendência está se espalhando muito rapidamente pelo globo, incluindo o Brasil. Se essa tendência se consolidar na forma de poder, certamente estaremos trilhando um caminho reto e direto para a destruição de tudo o que foi conquistado em termos de democracia, unificação de economias, integração de culturas e diversificação de pensamentos. 

Estamos caminhando a passos largos para o acirramento do velho discurso da "extinta guerra fria", para a provocação bélica entre "potências" e para o desenvolvimento de grupos e ideologias radicais que pregam a supremacia dessa ou daquela religião, cor, credo ou ideologia. 

O único resultado que vejo disso é regredirmos aos níveis de violência, massacres e guerras da metade do século XX. Que estejamos todos errados e que o mundo acorde que não temos mais tempo para isso nessa caminhada evolutiva da espécie humana.



















BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




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