segunda-feira, 10 de abril de 2017

A derradeira fábrica armamentista assola o mundo (Por Thiago Muniz)

A derradeira fábrica armamentista assola o mundo.

A indústria bélica, armamentista ou militar é o comércio e a indústria global que fabrica e vende armas e munições, equipamentos e tecnologia militar. Compreende barneey governamental ou privada envolvida na pesquisa, desenvolvimento, produção e serviços de materiais, equipamentos e instalações militares. As empresas produtoras de armas produzem os mais diversos tipos de armas principalmente para as forças armadas de quase todas as nações. Departamentos governamentais também estão envolvidos na indústria armamentista, comprando e vendendo armas, munições e outros artigos militares. Armas de fogo, mísseis, aeronaves, veículos e embarcações militares, entre outros, são os subprodutos da indústria bélica. Tem um papel significativo no próprio desenvolvimento da ciência e da tecnologia, principalmente em tempos de guerras.

O mundo gasta US$ 1,7 trilhão com forças armadas, com 840 milhões de pessoas que passam fome. 

Por que esse dinheiro não tem outro destino?

A capacidade de mobilização militar de um país depende em grande medida da capacidade instalada previamente. Mesmo quando não confrontado por uma ameaça real iminente, os Estados destinam parte de seus recursos para o recrutamento e remuneração de pessoal militar e civil envolvido nas áreas de defesa em tempos de paz.

O mesmo acontece com material bélico, que necessita de aquisição, manutenção e uso regular em treinamento. Além da preparação prévia para um eventual conflito, os Estados também demonstram poder internacionalmente ao manter forças treinadas e equipadas. Eles fazem isso com a intenção de dissuadir possíveis inimigos da ideia de resolver um contencioso por meio do uso da força.

De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo, Suécia (Sipri, na sigla em inglês), sete das dez maiores corporações do setor de defesa ficam nos Estados Unidos – onde se beneficiam também do comércio doméstico devido a uma legislação pouco rigorosa e à falta de políticas de controle de armas. A forte pressão política exercida por entidades de extrema-direita, como a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), contamina as poucas iniciativas de se debater o assunto. Mais influente instituição pró-armas estadunidense, a NRA gasta fortunas em lobby sobre políticos e com uma propaganda paranoica contra o desarmamento.

Nessa relação intricada entre políticos, militares e indústria, o próprio Estado pode atuar ativamente em prol dos interesses da indústria bélica. Contratos internacionais de venda, mesmo sendo negócios particulares das corporações de defesa, só podem ser firmados em nível governamental. Ou seja, para fazer uma venda a um país comprador, a empresa precisa de autorização e assinatura de um representante do governo de sua matriz. Não por acaso, os contratos militares recebem tratamento de “segredo de segurança nacional”.

Um dos casos mais notórios de corrupção no comércio global de armamentos foi o dos acordos de Al Yamamah. Avaliado em 40 bilhões de libras (cerca de ­R$ 160 bilhões), o contrato de 20 anos formalizado pelo governo do Reino Unido (liderado então por Margaret Thatcher) e Arábia Saudita em meados da década de 1980 envolveu a troca direta de aviões militares fabricados pela British Aerospace por petróleo saudita. Quase duas décadas depois, investigações independentes revelaram que no contrato a empresa pagou até 120 milhões de libras (aproximadamente R$ 480 milhões) em propina para dirigentes sauditas. A denúncia foi arquivada, já sob o governo Tony Blair (1997-2007), sob alegação de que poderia levar à “destruição completa de uma relação estratégica vital e à perda de milhares de empregos britânicos”.

Outra forma de corrupção está impregnada na estreita relação entre o comércio formal e o mercado negro, onde os negócios são construídos por intermediários – entre agentes, revendedores e traficantes, como o ex-empresário russo Viktor Bout. Popularizado pela mídia ocidental como o “senhor das armas”, esse ex-oficial da força aérea soviética fundou companhias de carga aérea que prestaram serviços de transporte, de alimentos a armas, para diversos clientes, do grupo extremista Taleban a forças de paz das Nações Unidas e tropas dos Estados Unidos.

Na tentativa de prevenir e erradicar o comércio ilícito, as Nações Unidas e organizações de diretos humanos aguardam a entrada em vigor do chamado Tratado do Comércio de Armas Convencionais (TCA). Primeiro instrumento jurídico internacional para regular o comércio global bélico, o tratado foi aprovado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em abril de 2013 e aguarda a ratificação por 50 países para entrar em vigor. Embora muitas nações, entre as quais o Brasil, se comprometam a ratificá-lo, até outubro somente sete países o fizeram (Antígua e Barbuda, Costa Rica, Guiana, Islândia, Itália, México e Nigéria).

Muitos países industrializados possuem sua própria indústria doméstica de armas, projetada para atender a demanda das forças militares locais. Outras nações também têm um comércio legal ou ilegal substancial de armas para uso de seus cidadãos. Outro importante segmento da indústria é o comércio ilegal de armas de pequeno porte, que está presente em muitos países e regiões afetadas pela instabilidade política. Uma grande parte do problema do comércio ilegal está no excedente dos contingentes militares. A maioria dos países, ao invés de destruir as armas antigas ou os excedentes, geralmente acabam por vender seus estoques. Entre os únicos estados que têm uma política de destruir seus excedentes ou ainda as armas apreendidas são Nigéria, Letônia e África do Sul.

Em muitas nações, o suprimento armamentista é garantido pelo governo, ganhando grande importância política. A ligação entre política e a indústria bélica resulta no complexo militar-industrial, termo cunhado pelo ex-presidente americano Dwight D. Eisenhower, onde as forças armadas, o comércio e a política mantêm estreitas relações.





















BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



Nenhum comentário:

Postar um comentário